No início do mês, o caso de uma aluna que foi internada em função da execução de um exercício além de sua própria capacidade, em uma academia na cidade de Inhumas, região metropolitana de Goiânia (GO) reacendeu o debate sobre quais cuidados devem ser tomados pelo profissional que acompanha a rotina de atividades dos alunos nestes espaços, para que o treino não termine em tragédia. Na ocasião, além do fato de o exercício ter sido praticado além dos limites que o corpo da aluna aguentava, o personal trainer envolvido não era habilitado pelo Conselho Regional de Educação Física (CREF) para trabalhar com alunos.
Para o profissional de Educação Física da Bodytech Brasília, Anderson Dornelas, um dos cuidados, além da verificação da habilitação pelo profissional, é observar os limites do aluno na execução da atividade. “Sobre treinamento de alto rendimento, e a popularização de exercícios com intensidades elevadas, é preciso considerar que cada organismo responde de forma diferente ao stress físico proporcionado pelo esforço. É necessário que seja algo estruturado, individualizado, monitorado e coerente”, pondera o profissional.
Segundo informações da Polícia Civil, o falso profissional foi identificado como Gustavo Borges da Silva. Ele é suspeito de ter orientado a aluna a realizar exercícios extremamente pesados e de forma incorreta. Como resultado, a aluna passou mal e foi encaminhada ao hospital.
Sintomas e diagnóstico
De acordo com o boletim médico divulgado pela TV Anhanguera, a jovem apresentava dor intensa na coxa direita e colúria, uma condição associada a doenças do fígado. Foi diagnosticada com rabdomiólise, uma condição grave em que há destruição das fibras musculares, liberando substâncias tóxicas na corrente sanguínea que podem afetar os rins.
Legalidades
Miguel Mota, delegado responsável pela investigação, informou que foi instaurado um inquérito por delito de lesão corporal grave contra Gustavo Borges da Silva. Além disso, dois outros funcionários da academia, que não tiveram suas identidades reveladas, foram autuados por exercício ilegal da profissão durante uma ação de fiscalização da Polícia Civil em parceria com o Conselho Regional de Educação Física.