Ao conquistar a confiança de praticamente todas as centrais de inseminação artificial com operações em território nacional, a Seleon Biotecnologia se transformou em uma verdadeira “Fábrica de Touros Líderes de Sumários”, abrigando, em suas instalações, os principais reprodutores dos programas de melhoramento genético. “No Nelore CEIP, essa realidade é ainda mais evidente. Observando os 100 touros melhor posicionados, a maioria está coletando aqui, com destaque a sete dos dez principais líderes dos programas de avaliação genética”, analisa o presidente da Seleon Biotecnologia, Bruno Grubisich. Os reprodutores reconhecidos com CEIP representam 50% das operações do Centro de Coleta e Processamento de Sêmen (CCPS) da Seleon, sediado em Itatinga (SP).
A empresa é responsável por coletar e processar as doses de sêmen direcionadas às fazendas participantes do teste de progênies da CIA de Melhoramento, que chegou à marca de um milhão de animais avaliados em 109 rebanhos, com emissão de 58 mil certificados e 200 mil genotipagens. “Sobre a decisão da CIA em estar com os animais de teste de progênie, e mesmo outros que já passaram por essa fase, todos acomodados na Seleon, a gente pode afirmar que o tratamento, os cuidados com os animais e a produção de sêmen são de altíssima qualidade. É muito importante esse trabalho de teste de progênie. E, inclusive, a acurácia do projeto é muito grande”, relata o presidente da CIA de Melhoramento, Arnaldo Eijsink.
A referida acurácia aumenta conforme a quantidade de filhos avaliados. Quanto maior o volume e a produtividade dos bezerros maiores são as chances do touro alçar à liderança dos sumários. Em 2023, de 7.500 animais candidatos ao CEIP, apenas 30 foram selecionados pela CIA ao teste de progênie. São touros que possuem valor genético elevado, contudo, menor acurácia pela composição genômica equivaler a 22 progênies avaliadas. Com a distribuição do sêmen de alto poder fertilizante às fazendas, facilmente se ultrapassa a marca de 400 progênies já no primeiro ano, elevando-a substancialmente.
O diretor-executivo do Programa da CIA de Melhoramento, Marcelo Almeida, detalha que os animais percorrem um caminho árduo até receberem a chancela de touros melhoradores, começando logo que nascem, quando são coletadas informações de peso, bem como os parâmetros à composição do índice genômico. Crescimento e performance são analisadas da desmama ao sobreano, observando-se ainda temperamento e características associadas à precocidade sexual.
Só então, em meio às informações compiladas, é que são ranqueados e os eleitos direcionados à coleta de sêmen do teste de progênie. Aqueles cujos filhos mais se destacam são alçados à liderança do Sumário CIA, concorrendo com os demais touros, inclusive de outros programas.
Os touros selecionados são apresentados aos associados do programa e também às centrais de vendas de sêmen em um desfile na sede da Seleon. “A cada ano que passa, percebemos, pelo desfile dos animais, que há uma evolução muito grande, principalmente nas caraterísticas de precocidade”, constata Eijsink, ainda ressaltando as inovações da CIA de Melhoramento como o Índice Frigorífico (iFrig), um índice para mensurar qualidade de carne a partir do desempenho, carcaça e indicadores de sabor e maciez.
Pelos critérios de seleção, a previsibilidade do sêmen garantida pela Seleon não só reforça a confiança das informações como também a própria comercialização de material genético, sendo a fertilidade uma característica determinante aos técnicos que executam os protocolos de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Vale lembrar que essa biotecnologia reprodutiva revolucionou o setor de inseminação artificial, que cresceu 250 vezes nas últimas duas décadas, com mais de 7 mil prestadores de serviço habilitados, segundo estimativas da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP).
“Praticamente dobramos nossa capacidade operacional nos últimos dois anos, em função da crescente demanda pela IATF e também a seriedade aplicada ao processamento de sêmen de potencial fertilizante elevado. Nossos clientes sempre alcançam os melhores índices de prenhez, sendo que nunca tivemos recall de sêmen nesses dez anos de atuação”, complementa Rafael Zonzini, diretor-executivo da Seleon Biotecnologia.
A maior fertilidade do sêmen é a explicação para o fato de líderes de sumários mais erados continuarem produzindo a todo vapor. Na Seleon, há touros coletando há uma década, com renovações de 30 mil doses a cada temporada. Tanto é verdade que o primeiro reprodutor a estrear nas instalações já coletou 350 mil doses e ainda está em atividade. O diretor-técnico do CCPS, José Roberto Potiens, atribui o desempenho ao tratamento dedicado aos reprodutores, bem como aos critérios estabelecidos para liberação das partidas de sêmen.
Tripé da qualidade do sêmen
A preferência de centrais de inseminação como a Genex, Accelerated Genetics, Sexing Technologies, ST Repro, Alta Genetics, Zebu Fértil, Select Sires, o programa CIA de Melhoramento, entre outros projetos vanguardistas, como Agropecuária Jacarezinho, Brangus Guapira e Colonial Agropecuária, deve-se ao rígido protocolo para liberação das partidas, indo além das avaliações triviais.
Os esforços se concentram, principalmente, no tripé formado pela cinética, motilidade e linearidade do sêmen, identificadas a partir de análises computadorizadas de última geração, adicionadas a cuidados nutricionais, sanitários, de manejo e bem-estar animal, que são fundamentais à produtividade do touro e ao potencial fertilizante do sêmen.
Normalmente, as partidas apresentam certo padrão, mas são várias as situações que podem provocar oscilações na fertilidade, muitas vezes exigindo uma minuciosa investigação. “Observamos a morfologia e a fisiologia desse sêmen, mas principalmente a energia dispensada, velocidade, direção e padrões de movimento dos espermatozóides. Tudo aquilo abaixo dos parâmetros estipulados é sumariamente descartado. Um diagnóstico bem feito pode ser capaz de recuperar animais que caminhavam para o descarte”, finaliza Potiens, ressaltando que touros antes considerados de baixa fertilidade, hoje chegam a renovar contratos de 20 mil doses por ano.