Em transmissão ao vivo neste domingo (20), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) elevou a temperatura do embate institucional no Brasil ao afirmar, em tom incisivo, que seu “objetivo” é remover o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o parlamentar, a retirada dos vistos por parte do governo dos Estados Unidos é apenas “o começo” de uma estratégia mais ampla para enfraquecer e expor o magistrado, considerado o principal algoz do bolsonarismo no Judiciário.
“O ideal seria ele fora do STF. Trabalharei para isso… Você não é digno de estar no topo do Poder Judiciário, e eu tô disposto a me sacrificar para levar essa ação adiante”, declarou Eduardo durante a live, em tom quase solene.
🇺🇸 Apoio internacional: EUA como aliados?
As falas de Eduardo Bolsonaro vieram na esteira da decisão dos Estados Unidos de revogar o visto diplomático de Alexandre de Moraes, além de outros ministros do STF e do procurador-geral da República, sob a justificativa de violações de direitos civis e perseguições políticas a adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Eduardo não apenas comemorou a decisão americana, como sugeriu que outros passos virão, insinuando que figuras como Marco Rubio (secretário de Estado dos EUA) e até Donald Trump estão atentos aos movimentos do Judiciário brasileiro.
“Não se enganem. A revogação do visto não é um gesto isolado. Tem muito mais por vir”, alertou.
⚖️ A escalada contra o Judiciário
Nos últimos meses, a relação entre o grupo político de Bolsonaro e o STF atingiu um nível de tensão explosivo. Moraes é relator de diversos processos envolvendo o ex-presidente, inclusive no caso das milícias digitais, das fake news e da tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023.
Eduardo Bolsonaro, que já vinha adotando um discurso de confronto institucional, parece agora disposto a radicalizar. Durante a live, zombou de decisões da Corte, fez alusão a perseguições políticas e ironizou a possibilidade de que a Interpol venha a ser usada contra sua família.
🔥 O que está por trás da fala?
A fala do filho “03” de Bolsonaro não é apenas retórica. É um sinal de estratégia política bem definida, que combina:
- Deslegitimação de decisões judiciais;
- Mobilização popular via redes e lives;
- Internacionalização do embate político, buscando apoio externo para pressionar o STF;
- Ameaça real à estabilidade institucional, com discurso de ruptura.
Eduardo também lançou mão de uma narrativa messiânica, dizendo-se “disposto a se sacrificar” pela causa. Um tom que visa galvanizar a base bolsonarista, que se alimenta de narrativas de injustiça e luta contra o sistema.
📌 Repercussões possíveis
Especialistas apontam que essa ofensiva pode ter consequências graves:
Área | Risco/Desdobramento |
Institucional | Escalada no conflito entre Legislativo e Judiciário |
Jurídico | Tentativa de abertura de processo de impeachment contra Moraes, ainda sem base concreta |
Internacional | Reforço da crise diplomática com os EUA, que agora se envolve diretamente no jogo politico brasileiro |
Política -eleitoral | Mobilização da base bolsonarista rumo à s eleições municipais e federais de 2026 |
Conclusão
As palavras de Eduardo Bolsonaro não são apenas um ataque a Alexandre de Moraes. Elas são um ataque direto à institucionalidade democrática, um grito de guerra contra a separação dos poderes e um convite à instabilidade. Em meio a uma crise diplomática com os EUA e a tensão interna crescente, o Brasil assiste à formação de um cenário perigoso, no qual a política ultrapassa os limites da legalidade — e ameaça empurrar o país para o abismo do autoritarismo.
A democracia brasileira, mais uma vez, está sendo desafiada. E dessa vez, o ataque vem com apoio estrangeiro declarado.