Por Cleuber Carlos – Redação MaisBR News | Goiânia, 08 de julho de 2025
A partir desta terça-feira (08), os moradores de Goiânia e diversas cidades do estado de Goiás começam a sentir no bolso o impacto de um reajuste médio de 18% na conta de energia elétrica, autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a Equatorial Goiás, concessionária responsável pelo fornecimento no estado.
O aumento atinge consumidores residenciais, comerciais e industriais, com variações conforme o tipo de contrato e faixa de consumo, e já figura como um dos maiores reajustes do país neste ano.
📈 Por que a conta subiu?
Segundo nota técnica da Aneel, o reajuste foi motivado por três fatores principais:
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Alta nos custos de compra de energia no mercado regulado;
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Encargos setoriais repassados às distribuidoras, como o subsídio cruzado e o uso da rede elétrica nacional;
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Correções inflacionárias acumuladas desde o último reajuste anual.
A Equatorial Goiás também alega que investimentos em modernização da rede, digitalização dos serviços e melhoria na qualidade do atendimento justificariam parte do reajuste — argumento contestado por lideranças da sociedade civil e setores empresariais.
⚠️ Impacto no dia a dia do consumidor
Para uma residência que consome em média 250 kWh/mês, a conta pode saltar de R$ 230 para quase R$ 270. Famílias de baixa renda, que já enfrentam inflação nos alimentos, medicamentos e combustíveis, agora somam mais um peso ao orçamento.
A costureira Marinalva Pereira, moradora do Setor Pedro Ludovico, desabafou:
“Já faço de tudo pra economizar. Tomo banho rápido, desligo tudo que não uso. E ainda vem esse aumento? O povo não aguenta mais.”
🏭 Indústria e comércio em alerta
O setor industrial de Goiás já se manifestou por meio da FIEG (Federação das Indústrias do Estado de Goiás), classificando o reajuste como “inoportuno e prejudicial à competitividade”.
Pequenos comércios, como padarias, açougues e salões de beleza, também sofrerão com o aumento nos custos fixos. Especialistas alertam que isso pode impactar preços ao consumidor final, pressionando ainda mais a inflação local.
🧠 Como economizar energia neste período?
Veja dicas práticas que podem fazer diferença no fim do mês:
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Substitua lâmpadas incandescentes por LED (até 80% mais econômicas)
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Evite deixar aparelhos em stand-by (TV, micro-ondas e computadores consomem energia mesmo desligados)
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Use o chuveiro no modo verão (economia de até 30%)
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Desligue o ar-condicionado ao sair de casa e regule a temperatura entre 23°C e 25°C
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Evite abrir a geladeira com frequência ou por muito tempo
🏛️ Análise política: quem paga a conta é sempre o povo?
O reajuste reacende o debate sobre o modelo tarifário brasileiro, que repassa ao consumidor todos os riscos do sistema — dos encargos às ineficiências operacionais. Em Goiás, a Equatorial assumiu o controle da antiga Enel em 2022, com promessa de modernização e redução de custos. No entanto, em vez de alívio, o que a população sente é o aumento sucessivo de tarifas.
📌 Conclusão
Com o reajuste de 18%, a energia elétrica volta a ser protagonista de debates acalorados em Goiás. Para o consumidor, resta a indignação — e o desafio de adaptar-se a um cenário cada vez mais caro.
A conta não é só de luz. É também de omissão política, falta de fiscalização e ausência de alternativas sustentáve