A pequena cidade de Cavalcante, no nordeste goiano, testemunhou nesta quinta-feira (10) algo que vai além de uma simples inauguração de obra pública. Ao entregar a 17ª unidade do programa Restaurante do Bem, a primeira-dama Gracinha Caiado ofereceu mais do que 400 refeições diárias a R$ 2 — entregou uma dose concreta de dignidade a uma população historicamente esquecida pelo Estado.
O investimento de R$ 700 mil pode parecer modesto quando comparado às cifras bilionárias de Brasília, mas o impacto que ele gera no dia a dia de famílias em situação de vulnerabilidade é incalculável. Em regiões como Cavalcante — cercadas por belezas naturais, mas também por carências estruturais — o acesso à alimentação de qualidade é, muitas vezes, um luxo. Com o novo restaurante, esse direito passa a ser servido, de bandeja, por um preço simbólico.
Uma política pública com tempero humano
É preciso reconhecer: o Restaurante do Bem é uma das iniciativas mais efetivas do governo estadual no combate à fome e à insegurança alimentar. O programa acerta ao ir além da caridade pontual e adotar uma política estruturante que garante comida no prato todos os dias, com regularidade e dignidade.
Diferente de ações paliativas ou do assistencialismo vazio que tantas vezes serve apenas como palanque eleitoral, o Restaurante do Bem tem se consolidado como um instrumento transformador. E isso deve ser dito com todas as letras.
Inclusão digital no campo: uma combinação que nutre o corpo e a mente
A entrega em Cavalcante veio acompanhada também da expansão do programa Cidadão Tech Campo, que levou 21 pontos de internet gratuita às comunidades rurais da região. É a integração entre o acesso à alimentação e à informação, uma dupla que fortalece o presente e semeia um futuro mais promissor.
Enquanto os jovens quilombolas de Kalunga agora podem acessar conteúdos educacionais online, seus avós têm a tranquilidade de garantir uma refeição quente, saudável e acessível. Essa é uma política pública que olha para todos os lados — e para todas as gerações.
Uma iniciativa que deve ser ampliada e replicada
A pergunta que fica é: por que ainda não temos esse modelo em todos os municípios de Goiás? Por que não torná-lo um exemplo nacional, quando o Brasil enfrenta um retorno vergonhoso ao Mapa da Fome?
A gestão estadual acerta ao priorizar ações concretas em vez de discursos genéricos. Mas acertará ainda mais se institucionalizar e ampliar o programa para que ele sobreviva às próximas eleições e se torne uma política de Estado, e não apenas de governo.
Conclusão
O que se inaugurou em Cavalcante não foi só uma cozinha industrial: foi um símbolo de respeito à população que mais precisa. Quando o Estado oferece comida, conectividade e presença, ele prova que é possível, sim, governar com empatia, visão estratégica e responsabilidade social.
Que esse seja apenas mais um passo — e não um ponto final — no caminho de um Goiás mais justo e verdadeiramente inclusivo.
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