A decretação de prisão domiciliar contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, no último dia 4 de agosto, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), desencadeou uma tempestade política que ultrapassou as fronteiras nacionais. A medida, classificada por apoiadores do ex-presidente como “ditatorial”, foi duramente criticada por autoridades dos Estados Unidos, incluindo o Departamento de Estado, o ex-presidente Donald Trump e congressistas republicanos.
Segundo a decisão de Moraes, Bolsonaro descumpriu medidas cautelares ao continuar influenciando o debate público por meio de aliados e familiares, configurando uma tentativa de obstrução institucional. Por isso, teve decretada prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, proibição de uso direto ou indireto de redes sociais e restrição de visitas.
O que parecia uma nova etapa do processo judicial em curso rapidamente escalou para uma crise internacional.
🇺🇸 EUA Acusam Moraes de Autoritarismo e Impõem Retaliações
Em nota oficial, o Departamento de Estado dos EUA afirmou que a prisão domiciliar de Bolsonaro representa uma ameaça à democracia brasileira, sob o argumento de que viola a liberdade de expressão e configura abuso de poder judicial. A frase mais dura do comunicado foi:
“Deixem Bolsonaro falar. Não se combate extremismo silenciando adversários.”
A reação dos EUA não ficou apenas nas palavras. O governo norte-americano, por influência direta de Donald Trump, anunciou tarifas de 50 % sobre produtos brasileiros, associando claramente a medida à “perseguição política” contra o ex-presidente.
Além disso, os vistos de magistrados ligados à decisão foram revogados. Moraes, que já havia sido alvo da Lei Magnitsky, tornou-se o primeiro ministro do STF a enfrentar sanções diretas de um governo estrangeiro — acusado formalmente de violar direitos civis e agir com parcialidade institucional.
📉 Consequências para Bolsonaro
Embora Bolsonaro esteja impedido de usar redes sociais, a decretação da prisão teve efeito paradoxal: reacendeu sua base política, provocando mobilizações nas ruas, protestos internacionais e reações emocionais que o recolocam no centro do debate político.
Mesmo inelegível até 2030, Bolsonaro agora aparece como símbolo de oposição ao “ativismo judicial”, com apoio crescente de políticos internacionais conservadores.
Seus advogados já afirmaram que a medida é “arbitrária e desproporcional”, e devem recorrer nos próximos dias.