Respostas rápidas, articulação entre ministérios, toneladas de doações transportadas e entregues, integração entre entes federativos e sociedade civil e um trabalho constante de reconstrução. Um ano após a tragédia climática no Rio Grande do Sul, o Governo Federal segue atuando na retomada do estado e na prevenção a novos desastres.
As pessoas já começam a criar a cultura de lidar com risco. Dificilmente vamos diminuir o número de eventos climáticos no Brasil, mas podemos diminuir o número de vidas ceifadas e de patrimônio perdido”
Waldez Góes, ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional
Durante participação no Bom Dia, Ministro desta terça-feira, 29 de abril, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, destacou o apoio emergencial e o impacto positivo na retomada da economia a partir de recursos da Defesa Civil.
“São dois tipos de recursos. Um para ajuda humanitária e outro para restabelecimento. O recurso de ajuda humanitária é o que a gente tem atendido já há um ano, desde o primeiro momento – alimento, água, aluguel social, transporte, combustível”, explicou, lembrando que a liberação desse tipo de investimento é praticamente automática, no momento em que há o reconhecimento de estado de calamidade pública.
O de restabelecimento, a outra vertente, exige aprovação de planos de trabalho que são produzidos pelo estado ou pelos municípios para liberação de recursos federais. Envolvem obras de infraestrutura, como pontes, centros de saúde, escolas, viadutos. Instalações que exigem planejamento e detalhamento maior. Durante a entrevista, o ministro reforçou que nenhum local ficou fora da atenção do Governo Federal.
“Às vezes, um município muito atingido ainda não deu para ser reconstruído por inteiro. Às vezes, é algo ainda do próprio município, do governo do estado, ou desses recursos que estão disponíveis no fundo de infraestrutura para reconstrução”, afirmou. “Mas, repito, não estão fora do radar do Governo Federal”, disse. Técnicos do Governo Federal, inclusive, costumam ajudar os profissionais de estados e municípios na formulação dos planos de trabalho para agilizar o processo.
Góes destacou que as liberações de recursos continuam, inclusive para ações contra a nova estiagem que aflige o estado neste ano de 2025. “Já começamos a liberar recursos para combustível, carro-pipa, alimentos. A gente continua a reconstrução, mas também pensando nas soluções desses outros problemas”, frisou.
DEFESA CIVIL ALERTA — Um dos instrumentos de prevenção a desastres naturais estruturado durante os dois primeiros anos do governo Lula foi o Sistema Defesa Civil Alerta. Criada a partir do novo Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil, a ferramenta está em funcionamento nas regiões Sul e Sudeste e será expandida a todo o território nacional.
NOS CELULARES — O Defesa Civil Alerta envia mensagens diretamente aos celulares da população quando há riscos de desastre. “Esse instrumento, para ser usado, exigiu que os estados cumprissem condicionantes. E uma delas é ter um plano de contingência, ter instalada uma certa cultura de respeito àquele alerta público”, afirmou Góes.
CULTURA DE PREVENÇÃO — O sistema emite dois tipos de aviso: um alerta severo, que permite a adoção de medidas preventivas, e um alerta extremo, quando o risco é iminente. “As pessoas já começam a criar a cultura de lidar com risco. Dificilmente vamos diminuir o número de eventos climáticos no Brasil, mas podemos diminuir o número de vidas ceifadas e de patrimônio perdido”, relatou o ministro.
Principais números de ações e repasses federais para cuidado e reconstrução do Rio Grande do Sul
RESILIÊNCIA — Góes lembrou que, mesmo diante da sequência de eventos extremos — de estiagens prolongadas a enchentes históricas — o estado gaúcho reagiu com resiliência, apoiado por uma presença constante do Governo Federal. O Produto Interno Bruto (PIB) do estado, que havia recuado 2,6% em 2022, registrou crescimento de 1,7% no primeiro ano do governo Lula, mesmo com seis meses de estiagem e múltiplos episódios de chuva. Em 2024, ano da tragédia climática, o crescimento foi ainda maior, de 4,9%. “Isso demonstra o quanto a economia local, na sua diversidade de comércio, indústria, serviço, reagiu às respostas e aos investimentos do governo federal”, afirmou o ministro.
SAÚDE MENTAL — Outra vertente da atuação conjunta do Governo Federal lembrada pelo ministro foi a saúde mental, que mereceu atenção desde os primeiros dias da crise climática. “O Ministério da Saúde já atuava ali com os municípios e o estado nessa questão, porque nos abrigos já eram recorrentes problemas dessa ordem, ou de relacionamento, ou de alguém que perdeu família, casa ou patrimônio”, afirmou.