STJ na Mira: Empresário, Jatinho Privado e a Suspeita de Vínculo com Ministros Elevam a Gravidade da Operação Sisanmes
Investigações da PF apontam proximidade entre Haroldo Augusto Filho e ministros do STJ, revelando uma teia de favores, jantares e viagens patrocinadas por empresa
A Operação Sisanmes, da Polícia Federal, ganha contornos ainda mais alarmantes ao revelar que decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) podem ter sido influenciadas por relações pessoais e favorecimentos entre empresários e ministros da mais alta corte infraconstitucional do país. Um dos nomes centrais da investigação, o empresário Haroldo Augusto Filho, aparece em diálogos, registros de eventos e ações que colocam em xeque a lisura do Judiciário brasileiro.
Segundo informações obtidas pelo Estadão e agora analisadas pelo Mais Brazil News, os dados extraídos de celulares e documentos revelam que Haroldo mantinha contato direto com familiares de ministros do STJ, além de interações com autoridades de peso. Mas o que mais chama atenção é o caso do ministro João Otávio de Noronha, ex-presidente do STJ, que utilizou, em abril de 2024, uma aeronave privada paga por Haroldo para viajar de Brasília a Cuiabá.
A justificativa oficial foi a participação do ministro em um evento jurídico organizado pela OAB-MT, mas o patrocínio da empresa Fource — pertencente ao próprio Haroldo — levanta suspeitas sobre conflitos de interesse. O uso de jatinhos, a promoção de eventos jurídicos e o financiamento de estruturas que envolvem membros do Judiciário evidenciam uma promiscuidade institucional perigosa.
Outro episódio revelador envolve a advogada Catarina Buzzi, filha do ministro Marco Buzzi. Diálogos interceptados mostram que Haroldo conversava frequentemente com Catarina e chegou a mencionar ser amigo dela em uma conversa sobre um jantar para um “ministro”, supostamente o pai da advogada. Embora o nome de Buzzi não tenha sido citado diretamente neste trecho, os indícios de proximidade são fortes e recorrentes.
Fica claro que o empresário construiu uma rede de influência cuidadosamente arquitetada: aproximação com filhos de ministros, patrocínio de eventos jurídicos, oferta de conforto e logística de luxo. Tudo isso enquanto figura como investigado por suposta venda de decisões judiciais — um escândalo que, se comprovado, pode se tornar um dos maiores abalos à credibilidade do STJ.
OPINIÃO DO PORTAL
O Brasil não pode se dar ao luxo de banalizar a corrupção no Judiciário. Se confirmadas as suspeitas de que ministros foram favorecidos direta ou indiretamente por empresários com interesses em decisões do tribunal, não se trata apenas de falta de decoro — trata-se de desvio ético e institucional da mais alta gravidade. A toga não pode se misturar com interesses privados, tampouco ser cúmplice silenciosa de articulações espúrias.
A sociedade exige transparência, punição exemplar e — acima de tudo — a restauração da confiança nas instituições que deveriam ser o último bastião da justiça. O STJ deve explicações, e o país, vigilância.
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