Oksman atuou no projeto da expansão da Pinacoteca de São Paulo e revela os motivos pelos quais a construção sustentável é a maior tendência para o futuro da arquitetura mundial
No dia 15 de dezembro, é comemorado o Dia Nacional do Arquiteto e Urbanista. A data foi escolhida por coincidir com o aniversário de Oscar Niemeyer, visando homenagear o renomado arquiteto brasileiro. Além disso, o marco também instituiu a fundação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), responsável por regularizar as atividades dos profissionais de arquitetura no país.
Para o arquiteto e urbanista Silvio Oksman, o propósito do Dia do Arquiteto vai muito além da proposta de enaltecer os profissionais que atuam no segmento, mas também é uma oportunidade para refletir sobre as principais tendências e desafios da profissão. “No cenário atual, quando falamos sobre arquitetura, estamos falando sobre algo que envolve conscientização e preservação ambiental, além, claro, do conforto e otimização de espaços”, revela o sócio do Metrópoles Arquitetos.
Identidade Oksman: projetos de destaque e o compromisso com a restauração de espaços
Ao longo de sua trajetória profissional, Oksman teve a oportunidade de atuar no projeto de expansão da Pinacoteca de São Paulo. Este, por sua vez, é considerado um dos trabalhos mais relevantes de sua jornada. “O projeto da Pina Contemporânea foi realizado por mim, em parceria com o escritório Arquitetos Associados, e foi, de fato, especial. O museu se fez a partir da restauração de um edifício no qual funcionava uma escola no bairro do Bom Retiro”, revela Oksman. “O grande desafio deste projeto foi a proposta de preservar o patrimônio existente e, porém, transformá-lo em um museu contemporâneo. Preserva-se um prédio histórico, ao mesmo tempo que se abre um novo museu”, complementa o arquiteto.
Para Oksman, quando falamos em tendências para a arquitetura, a transformação de espaços é, sem dúvida, um dos principais aspectos. “A reutilização de um edifício, por exemplo, é com certeza uma agenda da arquitetura do século XXI no sentido da responsabilidade ambiental, algo que é essencial no cenário atual”, explica.
Outro projeto que Oksman destaca como um dos marcos de sua trajetória é a Casa Três Coroas, localizada no Rio Grande do Sul, próxima ao templo budista Chagdud Gonpa Khadro Ling. “Estamos falando de um projeto que representa, de forma prática, uma das principais tendências da arquitetura: o compromisso com a sustentabilidade” revela o arquiteto. “No projeto, utilizamos paredes duplas de pedra. No verão, a pedra isola o espaço interno do calor e, no inverno, segura o calor dentro de casa. A ideia de sustentabilidade está em propostas como esta, que otimizam espaços e geram menos gasto com energia, por exemplo”, explica Oksman.
Arquitetura e construção: a importância de priorizar materiais sustentáveis nos projetos
Um dos principais desafios que o setor da construção civil vai enfrentar no futuro são as mudanças climáticas, com variações extremas de temperatura e a escassez de recursos. Sobre isso, o arquiteto explicita a importância dos materiais sustentáveis, visto que “não apenas contribuem para a redução dos danos ao meio ambiente, mas também oferecem soluções mais duráveis e eficazes para os desafios da urbanização contemporânea”. “Precisamos construir hoje o futuro que desejamos deixar para as novas gerações”, destaca o arquiteto.
Para Oksman, o mercado está compreendendo a necessidade de desenvolver produtos sustentáveis e que sejam eficazes no ato de otimizar desde mão de obra até custo benefício. Para o arquiteto, esta é uma das principais tendências do segmento. “Hoje podemos contar com produtos que, de fato, fazem a diferença nas obras. Entre eles, posso destacar: tijolos ecológicos, placas fotovoltaicas, sistema biodigestor, argamassas sustentáveis, entre outros materiais que garantem, na prática, uma obra mais consciente”, explica o arquiteto.
Sustentabilidade na prática: o novo projeto de Silvio Oksman
Estes e outros materiais sustentáveis fazem parte do seu mais novo projeto: Gaia Residence. Localizado na cidade de Cunha (SP) e com cerca de 4.400m², o condomínio está sendo desenvolvido pela Zaltsman, incorporadora brasileira alinhada aos princípios de construções sustentáveis e designers assinados.
Conforme explica Artur Zaltsman, CEO da Zaltsman, o Gaia Residence adotará uma série de tecnologias sustentáveis, como: sistema fotovoltaico, madeiras com selo verde, compostagem orgânica, sistema biodigestor, tijolo ecológico e mais. O trabalho faz parte de uma parceria com a Alphaz Concept, incorporadora referência por executar projetos assinados de arquitetura com responsabilidade ecológica.
“O olhar do Silvio fez toda a diferença no projeto do Gaia Residence. O empreendimento foi totalmente desenvolvido pensando nos materiais sustentáveis desde o início do projeto, refletindo a preocupação e compromisso de todos os envolvidos para com o meio ambiente”, revela Artur Zaltsman.
Sobre os materiais utilizados, Silvio explica como a escolha dos tijolos ecológicos exemplifica a união entre inovação e sustentabilidade na construção civil. “Proporcionando uma eficiência energética e isolamento térmico notáveis, o uso dos tijolos ecológicos oferece maior conforto térmico para os moradores enquanto reduz os consumo de energia”, destaca o arquiteto. Vale ressaltar ainda que o processo de produção dos tijolos ecológicos é muito mais sustentável que os tradicionais.
Ainda sobre o Gaia Residence, o arquiteto listou outros produtos que oferecem benefícios para a construção civil e reduzem os impactos no meio ambiente. Dispensando o uso de betoneiras e o tempo gasto na sua produção, a argamassa polimérica da Alphaz possui fácil aplicação e reduz em até 40% o gasto de água na construção. “A combinação dos materiais oferece uma obra mais limpa, econômica e eficiente”, afirma Oksman.
Por fim, o especialista cita como os avanços tecnológicos são fundamentais para garantir a sustentabilidade na construção civil. “Precisamos de mais alternativas inovadoras e disruptivas, que ofereçam qualidade de vida e bem-estar para os trabalhadores da construção civil, os habitantes e para o meio ambiente”, afirma.