Em expansão, mercado tornou-se oportunidade para empreendedores e investidores.
O mercado de games vive um período de expansão, no Brasil e no mundo. Estudo realizado pela consultoria PwC no ano passado estima que, até 2026, o setor nacional deve duplicar a receita, chegando a US$ 2,8 bilhões, enquanto o global deve ultrapassar a cifra de US$ 100 bilhões.
Segundo os dados da PwC, só em 2021, o setor nacional de games registrou o crescimento de 27,4%. O país é hoje o maior mercado da América Latina e, caso a projeção para os próximos anos se confirme, deve se tornar o responsável por quase metade (47,4%) da receita do território.
A lucratividade tem sido responsável por atrair investimentos dos brasileiros, tanto dos que desejam empreender numa área que se aponta como promissora, como aqueles que buscam diversificar a carteira de investimentos com ativos de empresas que demonstram potencial de crescimento.
De acordo com informações do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o mercado nacional é formado, em sua maior parte, por pequenas e médias empresas. Entre os produtos mais populares estão os jogos de ação, aventura, RPG e esportes.
Como investir em ativos do mercado de games
Na Bolsa de Valores (B3), são negociados ativos de empresas que atuam no mercado de games. Mas antes de optar por algum tipo de produto financeiro, a própria instituição recomenda buscar informações sobre as companhias por meio dos relatórios disponíveis no site. Outra opção é conversar com um assessor de investimentos para receber a orientação adequada.
A principal oferta na B3 é de brazilian depositary receipts (BDRs), certificados de depósitos de companhias internacionais emitidos no Brasil. Na prática, é uma opção de investimento estrangeiro, o que significa a possibilidade de investir em grandes nomes do mercado de games, como Nintendo (NTDOY34), Sony (SNEC34), Microsoft (MSFT34), Electronic Arts- EA (EAII34) e Activision Blizzard (ATVI34).
Outra alternativa são os fundos de índice (ETFs) que reúnem uma cesta de diferentes ativos atrelados a determinado índice, com lastro no setor. O primeiro ETF brasileiro do mercado de games negociado na B3 é o JOGO11, lançado no final de 2021 e que replica o índice ESPO, negociado na Bolsa de Valores Nasdaq, em Nova Iorque.
Como empreender no mercado de games
Para quem deseja investir como empreendedor, o mercado nacional é uma oportunidade. Segundo a pesquisa Game Brasil 2022, 74,5% dos brasileiros são adeptos aos jogos eletrônicos.
Ao desenhar o perfil dos gamers brasileiros, o estudo observou que a maioria (51%) é composta por mulheres. No recorte por idade, a principal faixa etária é dos 25 a 34 anos (25,5%), seguida por 16 a 24 anos (17,7%). A principal plataforma usada para o jogo é o celular (48,3%). Em segundo lugar está o videogame (20%) e, em terceiro, o computador (15,5%).
As informações de mercado podem auxiliar os futuros empreendedores. O Sebrae alerta, ainda, para a importância de identificar um nicho, ter um plano de negócios, conhecer as tendências do mercado e desenvolver um produto diferenciado para ser bem-sucedido na empreitada.
Segundo o Sebrae, entre os principais desafios vividos pelo setor estão as dificuldades de acesso ao financiamento por parte dos desenvolvedores independentes e a ausência de incentivos fiscais e de mão de obra qualificada.
Nesse sentido, o Sebrae orienta que o empreendedor busque parcerias, editais e programas de aceleração. Outro aspecto importante é digitalizar os canais de venda, pois o e-commerce e os marketplaces de jogos são tendências que vieram para ficar.
O envolvimento com a comunidade de gamers também é uma estratégia para quem deseja ingressar no mercado. O Sebrae recomenda a participação em fóruns, redes sociais e eventos para conhecer a demanda e receber o feedback do produto.