Mais de três milhões de empreendedores brasileiros optaram pela revenda de produtos
A venda direta não é um modelo de negócio que surgiu recentemente, gerações cresceram com vendedores batendo à porta, oferecendo produtos. Ao longo dos anos, essa abordagem se aprimorou, tornando-se um processo sólido no qual tanto as empresas quanto os revendedores se beneficiam com a expansão da base de consumidores e colhem os frutos com a renda extra. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD) revela que 60% das pessoas envolvidas nesse setor trabalham exclusivamente com vendas diretas, especialmente jovens entre 18 e 29 anos. No entanto, outras faixas etárias também vêem nessa atividade uma forma de complementar sua renda, assim como foi com Ketty de Jesus, sócia-fundadora da Yes! Cosmetics.
“Tudo começou enquanto eu era professora de Educação Física e para complementar a renda familiar, comecei a trabalhar com cosméticos. Em determinada época, percebi que estava ganhando mais como vendedora, que era um extra. Em cinco anos, já atuando como distribuidora, tive sete mil revendedores. Foi quando conheci o meu sócio e marido, Cândido Espinheira, e também seu irmão Felipe Espinheira, que viram uma oportunidade de negócios e, no ano 2000, demos vida a Yes! Cosmetics”, conta a empresária.
A revenda de produtos e serviços tornou-se uma escolha popular para empreendedores em busca de crescimento, e os números falam por si – dados da ABEVD apontam que aproximadamente 3,5 milhões de empreendedores no Brasil já aderiram a essa modalidade, devido ao baixo risco que apresentam e seu custo inicial. Os clientes valorizam cada vez mais experiências de consumo personalizadas e únicas. É aqui que a venda direta se destaca. Essa abordagem proporciona uma proximidade valiosa com os clientes, criando relacionamentos estáveis e confiáveis, que, por sua vez, resultam em clientes fiéis.
“A venda direta é um canal que impulsiona o faturamento de uma empresa pelo poder da captação de clientes. Essa prática é capaz de levar produtos para lugares e alcançar pessoas que jamais seriam atingidos somente com o varejo. Costumo dizer que os revendedores são lojas ambulantes capazes de aumentar a participação da marca no mercado significativamente, e ainda, cooperar com a realização de sonhos dos revendedores dedicados que desenvolvem sua atividade seriamente”, aponta o empreendedor, Rodrigo Mendonça, franqueado da Yes! Cosmetics há dois anos.
A venda direta não é apenas uma transação, mas também uma oportunidade para as empresas aprenderem mais sobre as necessidades e preferências de seu público-alvo. É uma via de mão dupla que beneficia tanto empreendedores quanto consumidores.
O que você precisa para se tornar um revendedor?
Para se tornar um revendedor, não há limitação de idade, nem gênero, você precisa apenas ter disposição e jogo de cintura. Normalmente, as empresas solicitam um cadastro presencial na loja física ou online, além de oferecerem descontos nas compras dos produtos. Após esses trâmites, o revendedor recebe toda a orientação necessária, como treinamentos e eventos abertos promovidos pela empresa, materiais de apoio e guia de produtos.
“Desde que retomamos com esse modelo de venda direta, sentimos um crescimento considerável desse segmento que representa, hoje, 5% do faturamento da marca. Além disso, estamos com uma base de mais de 10 mil revendedores autônomos e MEI, sendo atendidos por mais de 30 distribuidores regionais espalhados pelo Brasil, correspondendo a 20% das nossas unidades que têm um espaço dedicado para atender revendedores”, explica Cândido Espinheira, CEO da Yes! Cosmetics.