Algumas crianças são mais quietas e têm dificuldade para se enturmar com desconhecidos. Esse e outros traços de timidez costumam deixar os pais preocupados, que muitas vezes passam a questionar se a introspecção é indicativo de algum problema mais grave com seu filho.
“Primeiramente devemos pensar que a infância marca um momento no qual as crianças estão descobrindo o mundo e, constantemente, desenvolvendo uma série de capacidades cognitivas e emocionais”, afirma Filipe Colombini, psicólogo, orientador parental e fundador da Equipe AT. “Ou seja, a timidez pode fazer parte da evolução da criança, sem que isso seja sinal de algum transtorno”, explica Colombini.
Dependendo da idade, já é possível entender o padrão de comportamento do pequeno em certas situações. Crianças muito tímidas, por exemplo, costumam ter medo excessivo ou ansiedade extrema, quando precisam se comunicar com o outro. Elas, em geral, têm aversão a experimentar algo novo. “A timidez em si não é um problema, já que é natural que uma pessoa seja mais introvertida ou extrovertida”, diz o especialista. “Por isso, é fundamental que os pais não rotulem e nem comparem os seus filhos com outras pessoas, entendendo que cada um é único”, aconselha Colombini.
O especialista acrescenta que o ambiente familiar saudável é essencial para a formação da criança. “Sabemos que, tanto crianças que são constantemente invalidadas pela família, quanto pequenos que passam por uma superproteção têm tendência em se retrair”, explica Colombini. “O papel dos adultos deve ser apoiar e mediar o contato dos pequenos com o mundo, sempre respeitando o tempo de cada criança”, completa o psicólogo. Ele acrescenta que orientação e treinamento parental são ferramentas importantes para ajudar os pais a lidarem melhor com a situação.
O Acompanhamento Terapêutico, ou AT, é uma modalidade da psicologia onde psicólogos acompanham pacientes no seu ambiente natural, fora do consultório. “Esse contato direto com o dia a dia e a dinâmica de cada família contribui para que a intervenção ocorra de maneira mais rápida e assertiva”, diz Colombini.