Projeção de crescimento para este ano passou por revisão e saiu de 2,4% para 3,2%; os números refletem o setor agropecuário, que manteve resiliência no segundo trimestre
Região Norte surpreende com crescimento de 2,6% no segundo trimestre e alavanca PIB do Brasil
Projeção de crescimento para este ano passou por revisão e saiu de 2,4% para 3,2%; os números refletem o setor agropecuário, que manteve resiliência no segundo trimestre
Segundo dados do IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,9% no segundo trimestre de 2023, segundo o IBGE. A abertura regional do PIB calculada pela 4intelligence, empresa que desenvolve soluções baseadas em análise de dados por meio de algoritmos e inteligência artificial, aponta que, entre as cinco regiões brasileiras o destaque é a região Norte, com aumento de 2,6%, puxado principalmente pelo setor de serviços, com avanço de 3,0%, sendo o comércio responsável por 6,6%.
Norte e Nordeste em alta
A região Norte apresentou também o segundo maior crescimento agropecuário no período. Na agricultura, destaca-se a previsão de produção recorde de soja, com aumento da área plantada na ordem de 16,7%, ao mesmo tempo que a produção de grãos deverá ser 21,3% maior. Em relação à pecuária, a região foi responsável por 22,0% do total de abates de carne bovina. Já a atividade econômica do Nordeste apresentou crescimento de 2,3%, ficando atrás apenas do Norte, sendo a Indústria o setor com o melhor resultado. A alta taxa se deve, principalmente, pelo crescimento da Indústria de Transformação (6,5%).
Sudeste com discreto avanço e Sul queda
O Sudeste apresentou crescimento de 0,4%. A menor influência da agropecuária na região é o principal fator da performance abaixo do Norte e Nordeste. O comportamento da economia refletiu, sobretudo, o desempenho do setor de Serviços, que fechou com 0,7%, impulsionado nos últimos meses pelo segmento de Outros Serviços (1,0%). A Indústria da região apresentou crescimento de 0,9% na passagem do primeiro para o segundo trimestre, proveniente principalmente da Indústria de Transformação (1,4%), que vem na esteira de uma melhora do ambiente econômico. Contudo, a região Sul registrou queda de 0,8% do primeiro para o segundo trimestre de 2023. O desempenho negativo é impulsionado pela agropecuária (-2,5%). A queda também pode ser compreendida pela alta base de comparação do primeiro trimestre, quando o setor observou expansão de 13,0%, visto que a região foi intensamente beneficiada pela supersafra de grãos. O setor industrial recuou 0,8%, puxado por Santa Catarina (1,8%). De forma geral, o Comércio registrou recuo de 1,9%.
Centro-Oeste em retração
O Centro-Oeste apresentou contração de 3,3% devido ao encolhimento registrado no setor da agropecuária (6,4%), com destaque para o Mato Grosso (-13,9%). O desempenho negativo sucede o bom resultado de 26,0% no primeiro trimestre e indica acomodação do segmento diante da alta base de comparação nos primeiros três meses do ano. Já o setor de Serviços apresentou queda de 0,8%. O resultado fraco se deu pela performance do segmento do Comércio (-0,4%).
Cenário até o final de 2023
Diante das surpresas positivas dos dois primeiros trimestres de 2023, a projeção de crescimento para este ano passou por revisão e saiu de 2,4% para 3,2%. Os números refletem o setor agropecuário, que manteve resiliência no segundo trimestre, além do consumo e de um mercado de trabalho também resilientes. O início da flexibilização dos juros deve impactar positivamente a confiança e as expectativas, que podem impulsionar ainda a Indústria e o setor de Serviços. Além disso, o segmento industrial também deve se beneficiar dos efeitos do desempenho agrícola. Regionalmente, o Sul (4,1%), Centro-Oeste, (4,9%), Norte (4,8%) e Nordeste (3,9%) devem apresentar resultado acima da média nacional (3,2%). Em contrapartida, o Sudeste (2,2%) deve registrar desempenho inferior.
“Em linhas gerais, podemos observar uma divergência nos números entre as regiões. No entanto, em 2024, acreditamos que o crescimento em todas as localidades tende a ser bem mais homogêneo”, afirma o CEO da 4intelligence, Bruno Rezende.