Na manhã de 28 de agosto, uma força-tarefa federal e estadual deflagrou a Operação Carbono Oculto, com cumprimento de centenas de mandados em ao menos oito estados — incluindo Goiás, onde empresas de combustíveis em Senador Canedo foram alvo direto. A ação investiga fraudes fiscais, adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro em cadeia, do refino/distribuição até a venda no varejo, com uso de estruturas financeiras para ocultar patrimônio.
Números e alcance da operação
Segundo o Ministério da Justiça e o Ministério da Fazenda, as operações coordenadas (Carbono Oculto, Quasar e Tank) bloquearam e sequestraram mais de R$ 3,2 bilhões em bens/valores e cumpriram mais de 400 medidas judiciais (incluindo mandados de prisão). As apurações estimam movimentação ilícita de ~R$ 140 bilhões ao longo dos anos, colocando a ofensiva entre as maiores já realizadas no setor.
O recorte goiano
Em Goiás, a cobertura do Bom Dia GO destacou a megaoperação contra empresas de combustíveis em Senador Canedo, sob suspeita de lavagem de dinheiro. O GAECO/MP-GO confirmou buscas e apreensões no município em apoio à operação nacional. Há alvos ligados à rede local de postos e distribuidoras, com efeitos sobre a concorrência e a arrecadação estadual.
Como funcionava o esquema (o que as autoridades descrevem)
Notas e comunicados oficiais apontam um ecossistema criminoso verticalizado: compra/importação, produção e distribuição, mistura e adulteração, emissão de notas frias e blindagem patrimonial via fintechs e fundos de investimento, além de testas de ferro. O objetivo: reduzir ou sonegar tributos, lavar receitas e dominar o mercado por meio de dumping e cartelização. A Receita Federal afirma que todos os elos da cadeia estão na mira — “da importação ao consumidor final”.
Possível ligação com facção e rede de postos
Veículos nacionais e a imprensa local relatam que núcleos ligados a facção criminosa usavam redes de postos em vários estados para lavagem e escoamento do dinheiro. Em Goiás, reportagens citam dezenas de postos associados a investigados apontados como elo estadual da engrenagem. (Os nomes formais constam sob sigilo/decisões judiciais e seguem em verificação.)
Órgãos envolvidos
A operação reúne Ministério da Justiça e Segurança Pública, Receita Federal, Ministério da Fazenda, Ministérios Públicos (federal e estaduais, como o MP-GO/GAECO), e polícias estaduais/federais, com compartilhamento de dados fiscais, bancários e regulatórios.
Medidas anunciadas e próximos passos
O governo federal informou que, além dos bloqueios, haverá monitoramento reforçado de fintechs e estruturas financeiras usadas para ocultação, e novas fases com foco em quebra de sigilos, perícias em combustíveis, autuações fiscais e responsabilização criminal de pessoas físicas e jurídicas.
Por que isso importa para Goiás
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Preço e qualidade: esquemas de adulteração e cartel prejudicam o consumidor, distorcem preços e danificam veículos.
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Concorrência leal: postos e distribuidoras regulares sofrem concorrência desleal de agentes que sonegam e lavam.
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Arrecadação: fraudes corroem o ICMS dos combustíveis, afetando saúde, educação e segurança no estado.
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Segurança pública: a infiltração do crime organizado no mercado de combustíveis amplia corrupção e violência.