A Black Friday se tornou um evento marcante no calendário de consumo brasileiro. Originalmente iniciado nos Estados Unidos, a data conquistou o Brasil rapidamente e, a cada ano que passa, mais e mais pessoas aderem à tradicional sexta-feira de descontos. Com o advento do comércio online, a Black Friday ganhou, no Brasil, ainda mais espaço, conquistando os consumidores em todas as regiões.
Dados recentes revelam que a Black Friday cresceu significativamente nos últimos anos. Segundo estudo realizado pela Ebit|Nielsen, em 2020 as vendas durante a data atingiram a marca de R$ 4,02 bilhões, representando um aumento de 25% em relação ao ano anterior. Esse crescimento é ainda mais expressivo quando comparado ao início da data no país, há cerca de dez anos, quando o faturamento chegava apenas à casa dos R$ 3,15 milhões.
De acordo com Cristina Boner, nacionalmente conhecida como uma das maiores empresárias de tecnologia do país, uma das principais estratégias de vendas da Black Friday é oferecer descontos agressivos e curto período de tempo ou quantidade de produtos, o que gera a sensação da escassez, ou seja, a sensação de que, caso não aproveite aquela oferta naquele minuto, poderá perdê-la.
A empresária explica ainda que uma excelente estratégia é a adoção da ‘pré-Black Friday’. Essa tática consiste em lançar promoçòes pontuais alguns dias ou semanas antes do evento oficial, o que faz com que os clientes já comecem a se preparar para as compras, mas também serve para que o varejo já inicie o monitoramento dos preços e realize outras pesquisas sobre os concorrentes, o que norteia as ações de marketing para o dia oficial.
“Muitas lojas investem muito em campanhas publicitárias e ações especiais para destacar seus produtos e promoções. E é necessário que o façam mesmo. Durante os últimos anos, as redes sociais também têm sido amplamente utilizadas para as ações da data, o que tem gerado um aumento bastante expressivo nas vendas”, aponta Boner
Apesar dos desafios enfrentados pelas varejistas, como a prevenção às fraudes, por exemplo, Cristina Boner atenta para o fato de a data ser uma das mais aguardadas tanto pelos consumidores quanto pelos empresários, fato que impulsiona a economia e movimenta diversos setores. “Os consumidores aproveitam os descontos para renovar seus guarda-roupas, adquirir eletrônicos mais modernos e antecipar suas compras de Natal. Já as empresas, aproveitam a data para impulsionar suas vendas, escoar estoques e atrair novos clientes. É uma via de mão dupla que funciona muito bem!”, pontua a empresária.
Com a constante evolução do comércio digital, espera-se um aumento considerável nas vendas online durante a Black Friday 2023. De acordo com levantamento realizado pelo Google, cerca de 91% das pessoas que pretendem comprar durante esta edição do evento, farão suas compras de forma online, o que faz com que o varejo tenha de se movimentar para evitar problemas como congestionamento de tráfego e melhorias na experiência de compra dos consumidores. De acordo com Cristina Boner, o que se tem observado também em grande escala é a preocupação do varejo com relação à logística, o que demonstra que as empresas têm se dado atenção não somente à venda em si, mas em como e quanto tempo o consumidor receberá suas compras, mesmo com o aumento expressivo da demanda.