Prefeitura anuncia esforço concentrado para reduzir filas e agilizar diagnóstico de problemas visuais na capital
A Prefeitura de Goiânia lançou nesta segunda-feira (21) um mutirão oftalmológico que prevê a realização de 4 mil atendimentos entre consultas e exames especializados. A medida é apresentada como resposta às longas filas de espera que há meses comprometem o acesso da população a tratamentos oftalmológicos básicos e especializados no SUS.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o objetivo é reduzir a demanda reprimida por atendimentos oftalmológicos na rede pública, especialmente entre idosos, crianças em idade escolar e trabalhadores que dependem do SUS para cuidar da visão.
🔍 Uma ação pontual diante de um problema crônico?
Embora a iniciativa seja bem-vinda, especialistas e conselhos populares de saúde alertam que o mutirão tem características de ação emergencial, e não de uma política pública estruturada. “O mutirão resolve momentaneamente a fila, mas o problema volta a se repetir em poucos meses, se não houver investimento contínuo em médicos especialistas e estrutura adequada nos postos fixos”, afirma um agente de saúde da região Sudoeste, que preferiu não se identificar.
Dados do próprio sistema da SMS indicam que o tempo médio de espera por uma consulta com oftalmologista pode ultrapassar 180 dias em alguns bairros periféricos da capital.
🏥 Onde serão os atendimentos?
Os atendimentos do mutirão ocorrerão em unidades de saúde específicas e também em clínicas credenciadas, com foco inicial em pacientes que já estão na fila de espera e que passaram por triagem digital. A Prefeitura promete transparência e agilidade, mas moradores relatam dificuldades para acessar o cadastro pelo site e falta de informação clara nas unidades básicas.
💬 “Uma medida necessária, mas que precisa virar rotina”
Para muitos moradores, o mutirão chega como uma “luz no fim do túnel”, especialmente para quem enfrenta dificuldades para enxergar, trabalhar e estudar por conta de problemas visuais não diagnosticados. No entanto, há um clamor crescente por ações permanentes, com contratação de novos profissionais, informatização dos agendamentos e valorização da atenção básica.
Enquanto isso, a saúde ocular de milhares de goianienses segue dependendo de ações pontuais como essa. O mutirão é um passo – mas a jornada pela visão plena e digna para todos ainda está longe do fim.