Levantamento mostra que o eleitorado segue polarizado e órfão de alternativas consistentes para 2026; reeleição de Lula divide até lulistas, enquanto Bolsonaro enfrenta dilema de ser candidato ou fiador da direita
A 16ª rodada da pesquisa Genial/Quaest, realizada entre 13 e 17 de agosto de 2025 com mais de 12 mil entrevistas presenciais em oito estados, revela o retrato cru da política nacional: o Brasil segue preso na lógica binária Lula x Bolsonaro, mesmo após anos de desgaste de ambos. A pergunta que ecoa é simples, mas perturbadora: o que dá mais medo, Lula continuar ou Bolsonaro voltar?
O dilema de Lula
Quando provocados sobre a reeleição, os brasileiros se dividem. Mesmo entre lulistas históricos, cresce a sensação de que um quarto mandato consecutivo para o petista pode significar estagnação e desgaste, ainda que ele mantenha base fiel. Entre os indecisos e os que não se identificam nem com Lula nem com Bolsonaro, a rejeição a uma nova candidatura do atual presidente é alta. A pesquisa mostra que, embora Lula conserve capital político, ele já não representa esperança de renovação.
O impasse de Bolsonaro
Do outro lado, o levantamento confirma que Bolsonaro segue central na direita, mas enfrenta dilema estratégico. Uma parte significativa do eleitorado prefere que ele apóie outro nome em 2026, diante do risco de novas inelegibilidades ou do cansaço político. A dificuldade é que nenhuma liderança da direita fora Bolsonaro desponta com competitividade real, o que evidencia a dependência do campo conservador de um único sobrenome.
Medo contra medo
A pergunta mais simbólica do levantamento expõe a tragédia política brasileira: o que assusta mais, Lula continuar ou Bolsonaro voltar? O resultado mostra um país rachado ao meio, com cada campo político alimentando o medo do outro. Esse pavor mútuo se tornou o principal combustível da polarização, esvaziando o debate sobre projetos e concentrando a eleição em torno da rejeição, não da esperança.
A orfandade do centro
O estudo também evidencia a fragilidade do chamado “centro político”. Mesmo com nomes circulando em especulações, nenhum consegue se viabilizar como alternativa consistente. O eleitorado que rejeita Lula e Bolsonaro simultaneamente – que já passa de um terço do país – continua órfão de liderança. Essa ausência abre espaço para o que analistas chamam de “vitória por exclusão”: o próximo presidente pode ser eleito não por ser o preferido, mas por ser o menos rejeitado.
Análise opinativa
O quadro revelado pela pesquisa Genial/Quaest é alarmante. A democracia brasileira vive um ciclo viciado, em que o medo substitui o sonho e a rejeição pesa mais que o voto de confiança. O lulismo e o bolsonarismo funcionam como dois espelhos deformados, que se retroalimentam e impedem o surgimento de alternativas.
Em 2026, o risco é o país repetir 2022: escolher não pelo futuro desejado, mas pelo fantasma que se quer evitar. Isso não é democracia plena, é um plebiscito do medo.
Bolsonaro
Levantamento mostra que o eleitorado segue polarizado e órfão de alternativas consistentes para 2026; reeleição de Lula divide até lulistas, enquanto Bolsonaro enfrenta dilema de ser candidato ou fiador da direita
Por Cleuber Carlos – Especial para o Mais Brazil News
A 16ª rodada da pesquisa Genial/Quaest, realizada entre 13 e 17 de agosto de 2025 com mais de 12 mil entrevistas presenciais em oito estados, revela o retrato cru da política nacional: o Brasil segue preso na lógica binária Lula x Bolsonaro, mesmo após anos de desgaste de ambos. A pergunta que ecoa é simples, mas perturbadora: o que dá mais medo, Lula continuar ou Bolsonaro voltar?
O dilema de Lula
Quando provocados sobre a reeleição, os brasileiros se dividem. Mesmo entre lulistas históricos, cresce a sensação de que um quarto mandato consecutivo para o petista pode significar estagnação e desgaste, ainda que ele mantenha base fiel. Entre os indecisos e os que não se identificam nem com Lula nem com Bolsonaro, a rejeição a uma nova candidatura do atual presidente é alta. A pesquisa mostra que, embora Lula conserve capital político, ele já não representa esperança de renovação.
O impasse de Bolsonaro
Do outro lado, o levantamento confirma que Bolsonaro segue central na direita, mas enfrenta dilema estratégico. Uma parte significativa do eleitorado prefere que ele apóie outro nome em 2026, diante do risco de novas inelegibilidades ou do cansaço político. A dificuldade é que nenhuma liderança da direita fora Bolsonaro desponta com competitividade real, o que evidencia a dependência do campo conservador de um único sobrenome.
Medo contra medo
A pergunta mais simbólica do levantamento expõe a tragédia política brasileira: o que assusta mais, Lula continuar ou Bolsonaro voltar? O resultado mostra um país rachado ao meio, com cada campo político alimentando o medo do outro. Esse pavor mútuo se tornou o principal combustível da polarização, esvaziando o debate sobre projetos e concentrando a eleição em torno da rejeição, não da esperança.
A orfandade do centro
O estudo também evidencia a fragilidade do chamado “centro político”. Mesmo com nomes circulando em especulações, nenhum consegue se viabilizar como alternativa consistente. O eleitorado que rejeita Lula e Bolsonaro simultaneamente – que já passa de um terço do país – continua órfão de liderança. Essa ausência abre espaço para o que analistas chamam de “vitória por exclusão”: o próximo presidente pode ser eleito não por ser o preferido, mas por ser o menos rejeitado.
Análise opinativa
O quadro revelado pela pesquisa Genial/Quaest é alarmante. A democracia brasileira vive um ciclo viciado, em que o medo substitui o sonho e a rejeição pesa mais que o voto de confiança. O lulismo e o bolsonarismo funcionam como dois espelhos deformados, que se retroalimentam e impedem o surgimento de alternativas.
Em 2026, o risco é o país repetir 2022: escolher não pelo futuro desejado, mas pelo fantasma que se quer evitar. Isso não é democracia plena, é um plebiscito do medo.
Resumo Analítico – Pesquisa Genial/Quaest (Agosto/2025)
🗳️ 1º turno – Cenários estimulados
- Lula e Bolsonaro seguem liderando a disputa, confirmando a polarização.
- Nenhum outro nome (centro/direita/terceira via) ultrapassa a casa de dois dígitos de intenção de voto.
- O eleitorado indeciso ou que votaria branco/nulo ainda representa faixa relevante, mostrando insatisfação com o cardápio atual.
⚖️ 2º turno – Cenários principais
- Lula x Bolsonaro: disputa extremamente apertada, dentro da margem de erro, refletindo divisão do país em dois blocos quase simétricos.
- Lula x alternativa da direita (Tarcísio, Zema, ou outro): Lula vence hoje, mas com vantagem curta, indicando vulnerabilidade.
- Bolsonaro x alternativa de centro-esquerda (Haddad, Tebet): Bolsonaro tende a vencer, mas sempre por margens estreitas.
- Nos cenários sem Lula ou sem Bolsonaro, a volatilidade aumenta: nenhum nome herda integralmente o eleitorado do líder do campo.
📉 Rejeição e aprovação
- Lula: mantém aprovação significativa entre lulistas e beneficiários de programas sociais, mas já acumula alta rejeição fora de sua base, sobretudo entre classe média e eleitores do Sul/Centro-Oeste.
- Bolsonaro: rejeitado por metade do eleitorado, mas conserva núcleo duro fiel, que garante competitividade mesmo com alto índice de resistência.
- Outros nomes (Tarcísio, Zema, Tebet, Haddad): têm baixa rejeição comparados a Lula e Bolsonaro, mas ainda baixo conhecimento popular, o que limita o potencial.
🧮 Leitura política
- A pesquisa confirma que a eleição de 2026 caminha para ser novamente um “plebiscito do medo”: o eleitor não escolhe por esperança, mas pelo receio do adversário voltar ao poder.
- Lula aparece vulnerável à fadiga de governo, mas sem alternativa clara de sucessão dentro da esquerda.
- Bolsonaro aparece forte no núcleo fiel, mas pode ser obrigado a transferir apoio se enfrentar barreiras jurídicas ou desgaste pessoal.
- O centro político continua órfão, sem nomes com viabilidade real — embora exista espaço para crescimento de quem consiga capturar o voto de rejeição simultânea a Lula e Bolsonaro.