Por Mais Brazil News — 15/09/2025
O crime que chocou Rio Verde
A tranquilidade de Rio Verde (GO) foi abalada na manhã de 15 de setembro de 2025, quando a Polícia Civil confirmou a prisão de um homem suspeito de ser autor de uma série de assassinatos, entre eles o da jovem de 26 anos, identificada como Jéssica Ferreira da Silva, morta a caminho do trabalho.
O corpo da vítima foi encontrado em uma área de mata próxima ao setor Pauzanes, com sinais de violência física e indícios de abuso sexual, segundo informações iniciais da perícia. O crime teria ocorrido nas primeiras horas da manhã, quando Jéssica saía de casa para trabalhar em um supermercado da cidade.
A prisão e o perfil do suspeito
O suspeito, um homem de 37 anos, identificado apenas pelas iniciais R.M.S., foi detido após uma força-tarefa envolvendo as delegacias de homicídios e de inteligência da Polícia Civil. Ele já possuía antecedentes por agressão e tentativa de estupro, e estava sendo monitorado informalmente por investigadores devido a um padrão de comportamento violento e deslocamentos noturnos.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Dr. Valter Moraes, a prisão ocorreu em uma casa no bairro Céu Azul, após denúncia anônima:
“O suspeito apresentava um perfil psicológico frio, metódico e retraído. Ele não demonstrou qualquer arrependimento e manteve-se em silêncio durante o interrogatório. Há fortes indícios de que ele esteja envolvido em pelo menos três outros homicídios com características semelhantes”, afirmou o delegado.
Padrão de crimes e possível conexão com outros casos
A investigação aponta para um modus operandi repetido: as vítimas seriam mulheres jovens, atacadas enquanto caminhavam sozinhas em regiões periféricas da cidade, sempre no início da manhã.
Nos últimos dois anos, três casos semelhantes haviam sido registrados em Rio Verde e em municípios próximos, como Santa Helena e Montividiu, todos com violência extrema, tentativa de ocultação de cadáver e sinais de tortura.
A polícia acredita que o suspeito possa ter atuado como um “assassino em série itinerante”, deslocando-se entre cidades vizinhas e escolhendo vítimas com perfis parecidos.
“Estamos cruzando dados de DNA, registros de desaparecimento e câmeras de segurança. A semelhança entre os crimes é muito grande. Não podemos descartar que estamos diante de um serial killer com atuação regional”, completou o delegado.
Provas e evidências apreendidas
Na residência do suspeito, os agentes encontraram roupas com manchas de sangue, uma faca compatível com o instrumento usado no crime e um celular com buscas recentes sobre ‘como matar sem deixar vestígios’.
Também foram apreendidos anotações com descrições de rotas e horários de mulheres que faziam o mesmo trajeto que Jéssica, o que reforça a tese de premeditação.
Os peritos da Polícia Técnico-Científica de Goiás realizam exames de DNA e comparação balística para confirmar o envolvimento do suspeito com outras ocorrências ainda não solucionadas.
Clima de medo e comoção popular
A notícia da prisão espalhou-se rapidamente e provocou forte comoção entre os moradores. Em grupos de redes sociais, dezenas de mulheres relataram casos de perseguição e tentativas de abordagem nas mesmas regiões investigadas pela polícia.
A população tem cobrado maior presença policial e melhor iluminação pública em bairros periféricos. A prefeitura anunciou reforço no patrulhamento e instalação de novas câmeras de monitoramento nas entradas da cidade.
A família de Jéssica, emocionada, afirmou que a prisão representa “um passo para a justiça”, mas pediu que outros possíveis casos não fiquem impunes.
“Minha filha saiu de casa para trabalhar, como fazia todos os dias. Não podemos aceitar que o mal caminhe solto entre nós. Que ninguém mais sofra o que a gente está sofrendo”, disse o pai da vítima, em entrevista ao Mais Brazil News.
O que dizem os especialistas
Para o criminólogo e professor da UFG Leandro Pimentel, o caso reforça a necessidade de unificação de bancos de dados e integração das forças policiais:
“Serial killers geralmente operam em áreas conhecidas e têm padrões de comportamento identificáveis. O problema é que, sem cruzamento de informações entre cidades e delegacias, muitos desses crimes acabam tratados como fatos isolados.”
Segundo ele, o perfil do suspeito indica narcisismo patológico, traços antissociais e prazer em dominar a vítima — características clássicas de assassinos em série.
Próximos passos da investigação
O homem permanece preso em caráter preventivo na Unidade Prisional de Rio Verde, enquanto a polícia busca confirmar seu envolvimento em outros casos. Os resultados dos exames de DNA devem ser divulgados nos próximos dias.
A expectativa é que o inquérito seja concluído ainda neste mês, com o indiciamento por homicídio qualificado, estupro e ocultação de cadáver, podendo resultar em pena superior a 40 anos de prisão.
Conclusão – A justiça e o trauma coletivo
A prisão do suspeito reacende o debate sobre segurança pública, violência contra a mulher e capacidade investigativa no interior goiano. Mais do que resolver um caso, o desafio das autoridades é impedir que o medo se torne rotina em cidades como Rio Verde.
Enquanto as investigações seguem, a cidade tenta se recuperar do abalo e buscar respostas para uma pergunta que ainda ecoa nas ruas: quantas Jéssicas poderiam ter sido salvas se a rede de proteção tivesse agido antes?