Por Cleuber Carlos – Redação MaisBR News | Com análise de Mariana Pulegio, CFP®
A recente cúpula dos BRICS, realizada com forte presença diplomática e recados estratégicos ao Ocidente, provocou uma reação dura de Donald Trump, que segue em campanha pela reeleição à presidência dos Estados Unidos. O ex-presidente americano declarou que, caso volte ao poder, pretende impor uma tarifa de 10% sobre importações de países que se alinhem ao BRICS ou promovam políticas que enfraqueçam o dólar como moeda de referência global.
A ameaça acirra o clima geoeconômico e marca mais um capítulo da disputa pela hegemonia global entre os países do Sul Global e os EUA.
📉 Um recado direto ao dólar
A declaração final da cúpula do BRICS, ao defender o uso de moedas locais nas transações internacionais e criticar “medidas coercitivas unilaterais” (em referência a sanções e tarifas dos EUA), foi entendida como uma afronta direta ao domínio do dólar. A proposta de criar mecanismos financeiros que excluam o sistema bancário americano tem ganhado apoio especialmente da China e da Rússia — com adesão crescente de Índia, África do Sul, Irã, Arábia Saudita e Brasil.
💬 Análise de especialista
Para Mariana Pulegio, CFP®, assessora de investimentos e sócia da WIT Invest, a tensão não é apenas econômica, mas ideológica:
“A resposta de Trump, ameaçando impor tarifas adicionais de 10%, reflete uma postura de confronto direto. É uma reação que tenta conter o avanço de alternativas ao sistema liderado pelos EUA, mas que pode, paradoxalmente, acelerar esse movimento de reorganização global”, analisa.
Ela ressalta que o BRICS começa a se consolidar como um bloco com peso político, não mais apenas econômico, disposto a desafiar a ordem estabelecida por Washington após a Segunda Guerra Mundial.
“O bloco quer reduzir a dependência do dólar e fortalecer a soberania dos seus membros. O Brasil tem papel diplomático importante nessa equação”, afirma.
🇧🇷 Brasil entre o pragmatismo e o protagonismo
Com uma política externa ativa, o Brasil tenta equilibrar sua relação histórica com os EUA e o interesse em fortalecer o BRICS como alternativa multilateral. O país defende a pluralização das instâncias decisórias globais e busca protagonismo como interlocutor entre Norte e Sul, inclusive liderando iniciativas de transição energética e cooperação tecnológica dentro do bloco.
“O Itamaraty busca manter o diálogo aberto com Washington, mas ao mesmo tempo aposta na liderança do Sul Global, e isso incomoda os EUA”, comenta Pulegio.
📦 Impactos econômicos possíveis
As ameaças de Trump, se concretizadas, podem desencadear uma nova onda de tarifas protecionistas, impactando diretamente setores como:
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Agronegócio brasileiro, caso tarifas americanas recaiam sobre alimentos ou fertilizantes de países BRICS;
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Exportações industriais para a China, Rússia e Índia, que podem sofrer com represálias indiretas;
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Mercado de câmbio, com pressão sobre o dólar e valorização de moedas regionais.
🏦 O papel do investidor e das empresas
Diante desse cenário, a recomendação dos especialistas da WIT – Wealth, Investments & Trust é clara:
“Diversificação de ativos, atenção ao mercado de câmbio, e análise estratégica de risco geopolítico devem ser práticas constantes para quem quer proteger seu patrimônio nos próximos anos.”
A WIT atua com planejamento patrimonial completo para famílias e empresas, com forte presença em capitais e no interior paulista, oferecendo consultoria em investimentos, câmbio, mercado de capitais e estruturação financeira internacional.
🌍 Conclusão
A nova fase dos BRICS marca um avanço concreto na reconfiguração do poder global, e as reações de Washington — principalmente sob a retórica de Trump — indicam que o mundo caminha para uma ordem multipolar, marcada por tensão e disputas econômicas intensas.
O Brasil, por sua vez, está no centro desse tabuleiro, equilibrando diplomacia, economia e geopolítica com habilidade — mas também com riscos.
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